terça-feira, 1 de novembro de 2011
HOMENAGEM A REFORMA PROTESTANTE: PILARES DA FÉ EVANGÉLICA: SAÚDE, ENSINO E LEGADO
Martinho Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, no sopé da montanha do Harz na cidade de Eislebem. O reformador Martinho Lutero era filho de um minerador de prata de classe média. O jovem foi destinado para estudar direito, porém, assustado durante uma tempestade perigosa numa estrada próximo de Erfurt, ele prometeu a Santa Ana tornar-se monge caso fosse livre.
Todavia o que levou Lutero a tomar o hábito foi o seu profundo interesse pela própria salvação. Em junho de 1505, antes de completar os vinte e dois anos de idade, Lutero ingressou no Mosteiro Agostinho de Erfurt. Desgostoso com a Igreja Romana em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou suas 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg e fez a reforma protestante.
Pesquisas recentes no campo da história da reforma diz que Lutero em vez de afixar as 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg, ele enviou as teses para o seu bispo Gerônimo Schulz, de Brandemburgo. O fato é que Lutero rompeu com Status quo do tacão da religiao fria, excludente, intimista, clerical, vazia e manca que nutria em sua base uma hermeneutica estranha, confusa e ditatorial, fazendo assim a reforma protestante celebrada e comemorada no dia 31 de outubro "Dia da Reforma".
João Calvino Teólogo protestante francês nasceu na Picardia, e estudou filosofia na universidade de Paris entre 1523 e 1527. Em 1528, recebeu o grau de mestre em teologia. Em 1536 na Suíça publicou sua grande obra com 26 anos, As Institutas.
Calvino faleceu a 27 de maio de 1564, foi um dos grandes teólogos e reformador que sistematizou a teologia, escreveu vários comentários da Bíblia e foi fiel a Deus em seu ministério como pastor, exegeta e reformador. O teólogo alemão Karl Bart disse que Calvino é uma catarata, uma floresta primitiva, na qual ele se assentaria e passava o resto da sua vida somente com Calvino.
A Reforma Protestante tem nos deixado um fabuloso tesouro doutrinário oriundo da própria Palavra de Deus e omitido e esquecido por vários gerações. Muitos foram os servos de Deus que lutaram pela reforma como John Wicliff, João Huss, Savonarola, Zwínglio, Tyndale etc. Para isso, admitimos e transmitimos as verdades da nossa tradição eclesiástica: “Sola Scriptura, Sola Christi, Sola Gratia, Sola Fide, Soli Deo Glória.” São esses cinco termos latinos que devem sintetizar a nossa fé cristã, pois todo o ensino sadio da Bíblia tem aqui seu fundamento clássico.
Sola Scriptura (Somente a Escritura) Segundo Heinrich Heppe, a Sagrada Escritura é única fonte e norma para todo o conhecimento cristão. Logo a base dos ensinamentos é, e sempre será, a Escritura Sagrada, que está acima da tradição, da razão, do pragmatismo, da cultura, acima de tudo. O cristão autêntico deve sempre ser dirigido pela palavra de Deus.
Com Sola Scriptura queremos afirmar que a Bíblia é a palavra de Deus, que ela é inerrante, infalível e que tem autoridade em tudo. Essa doutrina é importante para a purificação, crescimento e preservação da igreja. Segundo a Declaração de Cambridge, “...a obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada da Escritura. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para a nossa salvação do pecado e é o padrão pela qual todo comportamento cristão deve ser avaliado
Sola Christi (Somente Cristo) Cremos piamente que somente Cristo Jesus, o Filho de Deus, pode salvar o homem (Jo. 3.16), que não existe mais ninguém que possa mediar o homem a Deus (ITm. 2.5), nem justificá-lo, se não for Cristo, o Senhor (Rm. 5.1), pois somente ele e mais ninguém é o caminho a verdade e a vida (Jo.8.33).
É preciso que entendamos que somente ele e mais ninguém pode perdoar os nossos pecados (Jo. 1.29) e nos dar vida eterna (Jo.1 0.10). A Declaração de Cambridge conclui: “Por isso reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai”.
Sola Gratia ( Somente a Graça) É a Doutrina da Graça, na Bíblia, que aponta todos os méritos para Cristo. Com a sola gratia queremos afirmar, como igreja de Cristo, que a salvação do homem pecador é obra exclusiva da graça de Deus. O homem pecador não tem poder para se salvar e nem para viver de maneira bíblica, neste mundo.
Como sublinha a Bíblia em Tito 2.11, somente Deus pode ofertar isso para o homem: “Por que a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. A Bíblia também diz em Efésios 2.8-9 o seguinte: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus não vem de obras, para que ninguém se glorie”.
Sola Fide (Somente a Fé) É pela graça de Deus que somos justificados, mediante a fé em Cristo Jesus. A fé é um dom de Deus, como diz a Bíblia em Romanos 1.16.17 “Porque não me envergonho do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: O justo viverá da fé”.
A fé salvífica é uma confiança plena no sacrifício de Jesus Cristo por mim, logo, eu obedeço a ele e me sujeito a ele, pois justificado através d’Ele eu vivo de fé em fé. É importante dizer também que a fé não é um sentimento vago. O homem não pode ser salvo se ele não crer inteiramente no sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo (Ef.2:8-9).
Soli Deo Glória (Somente a Deus a Glória) Cremos que o único que pode receber toda a glória é somente Deus (Mt. 5.16; I Cor.10.31; Ef.3.21); que o homem é um ser que glorifica a Deus e não um ser que recebe a glória (Rm. 15.5-6; I. Cor.3.21). O humanismo tem colocado o homem num patamar que a Bíblia não coloca (Jer. 9.24). A Bíblia deixa claro que Deus é o único que pode receber toda a glória (Sal. 29.8; Lc. 2.14; Rm. 11.36), pois tudo vem das Suas mãos — Tanto a graça comum (Sal. 19.1; Mt. 5.45) quanto a graça salvífica (I Co. 6.20). O breve Catecismo de Westminster (1647) sublinha: “Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus e alegrá-lo para sempre". O próprio Jesus Cristo definiu a sua vida e ministério dizendo: "Eu te glorifiquei na terra” (Jo. 17.4) É assim que deve ser a igreja, que é fiel a Deus: Ela deve glorificar a Deus em tudo.
Pastor Carlos Augusto Lopes
Teólogo
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